Evento semipresencial contou a apresentação preliminar dos Planos de Adaptação e Resiliência à Mudança do Clima

A Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA) e a Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável (GIZ), realizaram nessa terça-feira (14), o primeiro encontro semipresencial com os participantes do Projeto Municípios Paulistas Resilientes (PMPR). Com o tema “Avaliação de riscos climáticos municipais”, o evento recebeu a apresentação dos resultados preliminares das capacitações que estão sendo realizadas desde agosto com os interlocutores e interlocutoras dos 12 municípios participantes. A intenção é a partir dessa experiência formatar um curso de Educação a Distância (EaD) para ser replicado aos 645 municípios do Estado de São Paulo.

“Atento às questões climáticas, o Governador João Doria solicitou ações de adaptação e hoje começamos a ver os primeiros frutos desse Projeto. Precisamos não só entender, mas sermos efetivos no combate com ações de minimização dos impactos das mudanças climáticas, capacitando os municípios para serem mais fortes, estruturados e preparados para essa nova realidade”, disse o secretário da SIMA, Marcos Penido.

Para o novo Governo Alemão, as medidas de adaptação e proteção do clima e da natureza vão ser preocupações ainda mais primordiais na política nacional e internacional. “Vamos fortalecer o intercambio, pois a mudança do clima é uma tarefa da humanidade e precisamos agir juntos”, comentou a conselheira do Meio Ambiente da Embaixada da Alemanha, Friederike Sabiel.

“É necessário que a política pública se encaixe, seja customizada a realidade local, não só do ponto de vista geográfico e aos riscos específicos, como também com os instrumentos urbanos que guiam a localidade”, complementou a diretora do Projeto ProAdapta, Ana Carolina Câmara.

O projeto tem a coordenação geral da Secretaria Internacional da SIMA, por meio da assessora internacional, Jussara Carvalho, e a coordenação técnica do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), além do apoio da Coordenadoria de Planejamento Ambiental (CPLA), Coordenadoria de Educação Ambiental (CEA) e do Programa Município VerdeAzul (PMVA). O Projeta conta ainda com a assessoria técnica do ProAdapta (Apoio ao Brasil na Implantação da Sua Agenda Nacional de Adaptação à Mudança Climática, uma parceria entre o ministério do Meio Ambiente do Brasil e o Ministério Federal do Meio Ambiente, Proteção da Natureza e Segurança Nuclear da Alemanha.

“Não é um trabalho empírico, estamos utilizando a ciência, a tecnologia, todas as ferramentas necessárias para que os operadores da capacitação dos municípios possam identificar os problemas com antecedência”, explicou o secretário da Casa Militar e Defesa Civil, Alexandre Romanek.

Cerca de 100 técnicos e técnicas dos municípios estão participando das capacitações onde estão sendo treinados para a aplicação de lentes climáticas em seus territórios e a construírem seus Planos Municipais de Adaptação e Resiliência Climática.

“Cerca de 80% dos desastres dos últimos 20 anos ocorreu em cidades pequenas e média, essa situação é muito similar em todas regiões do mundo. Os governos locais se encontram em primeira linha de desastre, no centro das necessidades e o Projeto é um mecanismo de apoio”, destacou o chefe do Escritório Regional das Nações Unidas para a Redução de Riscos de Desastres (UNDRR) para as Américas e o Caribe, Raul Salazar.

A região da Baixada Santista também faz parte do Projeto e iniciará as capacitações para elaboração do Plano Regional de Adaptação em março de 2022.

“É necessário integrar e compreender a resiliência na sua perspectiva mais ampla. Os instrumentos precisam estar referenciados nas dinâmicas urbanísticas, nos planos diretores, nos planos de desenvolvimento econômico e urbano de cada região metropolitana”, afirmou o secretário executivo para a América do Sul – ICLEI Governos Locais pela Sustentabilidade, Rodrigo Perpétuo.

Para alguns gestores públicos, os efeitos das mudanças climáticas já estão sendo sentidos pela população como destacou o prefeito de Gabriel Monteiro, Vanderlei Antoninho Mendonça. “A mudança climática afeta duramente meu município, nossa situação é gravíssima, todos os açudes, sem exceção, secaram. Para conseguir água foi preciso furar um poço no município vizinho. Na zona rural, os produtores estão preparados para produzir, mas não temos água”, destacou.

O encontro contou ainda com os pronunciamentos da prefeita de Francisco Morato, Renata Torres de Sene; do prefeito de Registro, Nilton Hirota; e do prefeito de São José do Rio Preto, Edinho Araújo.

“Estou bem impressionado com a evolução na política pública local ao observar esses excelentes diagnósticos apresentados pelos municípios. É preciso estabelecer prioridades, desenvolver os projetos e capitalizar para a execução dos trabalhos”, finalizou o subsecretário de Meio Ambiente, Eduardo Trani.

Participaram também do encontro o diretor institucional da Associação Nacional dos Municípios e Meio Ambiente (ANAMMA), Mario Mantovani, o coordenador de Planejamento Ambiental da SIMA, Gil Scatena; o coordenador do Programa Município Verde Azul, José Walter e o assessor técnico do projeto ProAdapta da GIZ, Armin Deitenbach.

A capacitação técnica está sendo executada junto aos municípios pela ONG Imaflora que por meio do facilitador, Augusto Gutierrez, conduziu as apresentações dos municípios sobre riscos climáticos, elaborados com dados da situação atual dos municípios, projeções climáticas e sobre medidas de adaptação a estes riscos.

A apresentação de Ubatuba foi realizada pelo interlocutor, Roberto Francine Junior; de Registro pela interlocutora Daniella Cristina Batista; de Iguape pela interlocutora Fátima Lisboa Collaço; de Guaratinguetá pelo interlocutor Edvaldo Araújo Beraldo; de Guarulhos pela interlocutora Solange Duarte; de Americana pela interlocutora Katia Cristina Mansette Birke; de Francisco Morato pelo interlocutor, Nilson Cerazza; de Gabriel Monteiro pelo interlocutor Rodrigo Kazuyoshi; de São José do Rio Preto pela interlocutora Katia Regina Penteado Casemiro e a de Rosana, pela interlocutora, Cinthia Magaly Montaño Vaca.

A capacitação do PMPR está se aproximando da metade e continuará em 2022 até a conclusão com a entrega dos Planos Municipais de Resiliência e Adaptação Climática pelos 12 municípios participantes.